segunda-feira, 2 de maio de 2011

A solidão


Quando a porta do apartamento se tranca, as falas , as pessoas, as conversas se calam. O apartamento é silêncio. Acendo as luzes e caminho por todos os cômodos na esperança de encontrar pelo menos uma voz amiga ou algo que me lembre alguém, ali me aguardando. Mas, minha peregrinação é em vão. Nada, ninguém. Ligo então a tv e os apresentadores do telejornal são os únicos que me falam e de me dão boa noite. A angústia é grande, o silêncio me dilacera o peito. A minha alegria do dia se esvai. Não sinto ânimo. Tomo um longo banho na esperança de sair e o telefone tocar. Será que alguém se lembrou de mim? Quer saber se estou bem? E se eu passar mal e morrer? E se eu não morrer? Até quando vou agonizar, até que se lembrem de mim? Ninguém sente minha falta. A dor aumenta, a geladeira é um escape. Olho para ela e as mesmas ofertas estão lá. Um chocolate, um pedaço de queijo ou uma sobra qualquer do almoço. Estão lá. São os únicos que me esperam. Estou só. Ninguém. Nada. Minha vida não interessa a mais ninguém. Nem uma alma viva quer saber como estou passando. Até quando vou agonizar...

4 comentários:

Guará Matos disse...

Belo poema, entretanto, sempre temos a nossa importância no mundo. Somos alguém, mesmo sem ninguém por perto.

Bj.

TPM disse...

Ué .. se vc não se sentir importante no mundo.. tá fazendo o que aqui?

Caroline Carvalho disse...

Olá. Também estou te seguindo... seu blog é muito bom.. eu ainda estou no inicio! rs.. bjus

TPM disse...

Bem vinda, Karol